terça-feira, 6 de dezembro de 2011

“Juventude não gosta de mesmice”




Secretária Nacional de Políticas Públicas da JPMDB conta como será a Conferencia da Juventude, de 9 a 12/12, em Brasília

Eleita em novembro secretária nacional de Políticas Públicas de Juventude do PMDB, Karol Mendez discorda que os jovens estejam alienados da política. E ela tem conhecimento de casa. Aos 29 anos, militante desde os 15 anos, quando cursava o ensino médio, esta sul-matogrossense que está completando um ano de Rio de Janeiro já perdeu as contas de quantos encontros já participou Brasil afora, alguns reunindo milhares de jovens. “Na I Conferência Nacional de Juventude, em 2008, 400 mil pessoas de todo o país se mobilizaram para participar“, lembra ela. “Muita gente pensa que só se faz alguma coisa indo p ara as ruas. Esquecem que o Brasil de hoje vive uma democracia solidificada. Existem conferências, movimentos, partidos e inúmeros outros meios de se fazer política. Os jovens estão participando sim”, garante.

Karol dedica sua vida à Juventude do partido, articula os debates entre os membros da Jota de todo o Brasill e defende que os militantes participem de atividades partidárias. “A política é um espaço fascinante. Quando o jovem descobre e participa, percebe que fazemos política o tempo todo. Estar em uma organização partidária contribui para que sua voz seja ouvida”, ensina.

Nesta entrevista ao PMDB em Ação, ela conta como será a Conferência Nacional de Juventude, de 9 a 12 de dezrmbro, em Brasília, as principais propostas que serão debatidas, as específicas da JPMDB e os desafios a serem enfrentados. “Precisamos criar mecanismos que unam os jovens de classes e lugares diferentes, podemos utilizar o teatro e o cinema para proporcionar debates. Eu acredito que atividades que dialoguem com o dia a dia dos jovens funcionam bem. Se ficarmos somente nos discursos, é monótono. E Juventude não gosta de mesmice”.

As Políticas Públicas de Juventude têm espaço nas agendas dos governos?

No Governo Lula isso começou em 2005, com a criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional. Foi um importante passo para criar uma agenda positiva de propostas específicas para a Juventude. A ideia surgiu de um grupo Interministerial com representantes de 19 ministérios. Começou-se a estudar a situação da Juventude brasileira e os programas federais direcionados a esse público. Assim, a Secretaria-Geral da Presidência da República coordenou a criação do Conjuve e o Projovem, pela lei 11.029 de 2005.

E como funciona isso na prática?
O Conselho é composto por 1/3 de representantes do poder público e o restante pela sociedade civil, a maioria é colegiada. Isso reflete a participação e a organização da juventude brasileira nas ações políticas. Na I Conferência Nacional de Juventude, em 2008, 400 mil pessoas de todo o país se mobilizaram para participar. Esse interesse é valiosíssimo, porque a política que é feita para o jovem passa a ser de/para/com jovem. Os movimentos segmentados como LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis), movimentos estudantis, meio embiente e religião atraem o maior número de jovens que militam em algum movimento. As Juventudes partidárias ainda enfrentam barreiras para conquistar o público jovem.

O que você acha que precisa ser melhorado na Juventude do partido?
Fazendo uma autocrítica, é preciso se reciclar, avançar nos programas. Os núcleos – Mulher, Verde, Comunitário, Afro, Sindical e Juventude – direcionam os interesses dos militantes e isso ajuda muito. Mas ainda temos que mudar mais. Criar mecanismos que unam os jovens de classes e lugares diferentes, utilizar o teatro e o cinema para proporcionar debates. Eu acredito que atividades que dialoguem com o dia a dia dos jovens funcionam bem, se ficarmos somente em discursos fica monótono e Juventude não gosta de mesmice.

Quais são as principais necessidades da Juventude brasileira?
Hoje existem 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos no país e quando se atinge um número tão alto é necessário articular mais ações. Precisamos ter secretarias, órgãos estaduais e municipais que tratem especificamente das políticas de Juventude. Um terço dos adolescentes entre 15 e 17 anos não estão na escola. O ingresso às Universidades melhorou muito, mas ainda temos um número restrito. O pior é a taxa de desemprego. O maior índice é entre jovens de 18 a 24 anos, embora o nível tenha caído com o crescimento econômico do país. A maioria dos empregos destinados aos jovens tem salários baixíssimos, isso é desestimulante. São necessários programas de incentivo para qualificação da Juventude.

Teremos a Conferência Nacional da Juventude, de 9 a 12 de dezembro, em Brasília. O que vai ser debatido lá?
Como foram criados os órgãos de Juventude e o Conselho - que discutem inúmeras propostas – é necessário fazer um encontrão para os jovens expressarem suas opiniões. Qualquer pessoa pode participar da Conferência, não precisa ser filiado, não precisa ter cargos. O encontro é para debater ideias sobre as soluções para as demandas da Juventude de todo o país. Quando estamos em debate nacional descobrimos que as necessidades que temos no Rio de Janeiro podem ser iguais para jovens de inúmeros outros estados.

Quais as discussões que são mais debatidas pela JPMDB?
As principais discussões hoje tratam hoje da ampliação do PROUNI. A JPMDB apoia a criação de um PROUNI para o Ensino Médio, porque muitos jovens deixam de estudar para trabalhar. Isso influência muito na participação política e na inclusão no mercado de trabalho.

Como a Juventude do PMDB escolhe os temas levados para a Conferência Nacional?
A Juventude do partido participa da formulação, mas as propostas de debates são independentemente de posicionamento político. As propostas dos municípios são levadas para as Conferências Municipais. Das aprovadas, levamos para a Estadual e, as aceitas, vamos sugerir na Nacional.

Quais as propostas que foram aprovadas na Conferencia Estadual do Rio?
No tema Educação, a criação de pólos universitários nas regiões do estado do Rio de Janeiro; meia passagem a nível municipal e intermunicipal para todos os universitários do estado do Rio de Janeiro, apontando a luta para a conquista o passe livre; 10% do PIB para a educação e apoio; 50% do fundo social por parte da educação; respeito ao passe livre estudantil e fim das restrições ao passe livre para acesso a cultura e outras atividades complementares, reserva de 50% de vaga nas universidades públicas para estudantes da rede pública de ensino. No tema Trabalho, construir órgãos fiscalizadores vinculados às superintendências, departamento e coordenadorias de juventude municipais junto às empresas privadas que garanta a implementação da lei do primeiro emprego. O objetivo é destinar 20% das vagas de emprego para jovens. Na Saúde, garantir a não privatização do SUS e a abertura de concursos públicos que fortaleçam os quadros de servidores da saúde e, no que tange ao Esporte e ao Lazer, garantir meia entrada nos jogos da copa do mundo FIFA Brasil 2014.

Quais serão os assuntos abordados na reunião do diretório, dia 08 de dezembro, em Brasília?
Trataremos as formas de estímulos e divulgação do Curso de Formação Política para Jovens da Fundação Ulysses Guimarães (FUG). Ainda estarão reunidos os delegados da II Conferência de Juventude e aproveitaremos para fazer um pré-debate das propostas e de como será a participação da bancada da JPMDB. O foco principal será a escolha do local e da data do 1º Congresso da JPMDB. O Presidente Estadual da Juventude, Marco Antônio Cabral, já colocou o Rio de Janeiro à disposição para a realização.

Qual a sua maior atuação como Secretária de Políticas Públicas da Jota?
Minha maior responsabilidade será os Jovens do PMDB que atuam em Diretórios, Conselhos, Conferências e cargos relacionados aos órgãos de políticas de Juventude. Vou trabalhar para que todos dialoguem, que haja permanente interface.

Para finalizar, um recado sobre a participação dos jovens na política.
A política é um espaço fascinante que quando o jovem descobre e participa percebe que fazemos política o tempo todo. Estar em uma organização partidária contribui para que sua voz seja ouvida. As gerações da década de 60 e 70 lutaram para que hoje possamos expressar todo e qualquer tipo de opinião. Acho que devemos continuar com o trabalho para aprofundar todos os processos democráticos. Participar de um partido político é fundamental.

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